terça-feira, 18 de julho de 2023

Elisa. A Princesa que se tornou Rainha, por sua elegância, simpatia e beleza.


Foi num 18 de julho de 1984 que, em sua festa de 15 anos, eu vi de perto os atributos dessa adolescente, de fino trato, que passei a admirá-la e considerá-la uma vedadeira Princesa e que hoje é a nossa Rainha.

Convidado pelo amigo Abrahão para a festa da filha que debutava, pulei o muro dos fundos da minha casa e lá estava eu, desde às 10 da manhã, bebericando com meu amigo e saboreando os quitutes que Dona Raimunda preparava para a festança que ocorreu à noite. Era a festa da Elisa.

Filha de um considerado Cenógrafo da Rede Globo, irmã do ex-Modelo fotográfico Eduardo e do Comerciante Herivelto, Elisa sempre se portou na retaguarda dos irmãos e sobrinhos, e hoje faz jus ao honroso Título de Rainha da nossa Comunidade.

Só interrompi minha permanência no local quando fui em casa tomar um banho e pegar o presente para retornar à festa que foi um grande sucesso e uma das mais lindas e fartas, dentre as que compareci.

O sucesso da festa ficou por conta da aniversariante que, sempre simpática e elegante, transitava de mesa em mesa, entre os convidados, cumprimentando a todos.

Simpatia, elegância, beleza e simplicidade deram o tom da festa e a debutante mostrou a todos que, àquela época, já irradiava os fluidos positivos de alegria e felicidade para as gerações seguintes.

Hoje em dia, quem olha para a elegância da Dra. Bárbara (filha do Eduardo), para o jeitinho da Suzaninha (filha do Herivelto) e para o Mateus (filho da Elisa) pode constatar que não estou falando só da beleza estética, estou falando é da elegância. 

Só quem tem uma sensibilidade mais apurada, vai conseguir enchergar no modo simples da Suzaninha, a elegância da querida tia Elisa.
O mesmo se diga em relação à postura e elegância dos meninos. Vejam aí o filho Mateus e o sobrinho Dudu homenageando a Rainha Elisa.

É um misto de educação, gentileza, carisma e elegância que nos remete ao modo de ser e o fino comportamento transmitido por essa Elisa que hoje estamos reverenciando. 

Hoje uma mulher guerreira, mãe e tia dedicada que não sucumbiu os revezes da vida e que continua nos dando exemplo de elegância, digna de uma Rainha.

Alguns podem até dizer que a educação refinada dos irmãos Lima foi obtida nos bancos das melhores escolas que eles frequentaram, mas o berço é que falou mais alto.

A você Elisa, as nossas homenagens nesse dia tão importante em sua vida.

Nós é que agradecemos sua presença nessa Comunidade.

Parabéns!
Tenha um Feliz aniversário com muita paz, saúde e prosperidade!!

Em 18/07/23.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

O Show de Rock da Banda Bruno e Diego que atraiu a multidão na Praça Monte Celeste.

Muitos foram pegos de surpresa quando, num certo dia se depararam com uma grande movimentação na Praça Monte Celeste em que, sob o comando do Bruno, ocorreria o grande Show na Comunidade.

Era o despontar da Banda de Rock And Roll do Bruno e Diego, os dois adolescentes que se revelavam os artistas do Condomínio, mas desapareceram com banda deixando saudade. 

O pai deles, Waltinho, ficava todo orgulhoso, acredito até que já imaginava empresariar os filhos artistas. Pena eu não ter uma foto daquele lindo Show pra mostrar a vocês.

Que o DNA das artes sempre esteve incrustado em nossa Comunidade já sabíamos, pois já postamos aqui alguns dos eventos que demonstram o talento dos nossos artistas.

A exemplo do Marlon, Kaquinho, Jully e tantos outros, mais os ainda não revelados e que certamente integram esse grupo (como é o caso do pequeno Franklin que amealha a veia cultural da família), a grande surpresa foi a aparição relâmpago da dupla Bruno e Diego que nos proporcionou um belo Show musical com sua Banda.

Certamente que a Profa. Regina, mãe dos mais novos pupilos do pedaço, ficou muito orgulhosa em vê-los sendo ovacionados, principalmente pelas meninas, quando cantaram uma certa canção que levantou a galera. Que música foi essa, alguém aí se  lembra?

Dandex, Daniel, Deivison, Diogo e Gabriel e Júnior (negão) faziam a segurança dos artistas no Palco e ninguém ultrapassava o forte cordão de isolamento.

Ao redor da praça estava a multidão em delírio. Uns sentados nos bancos da praça e outros em suas cadeiras de casa. Até quem não gostava de rock balançava o corpo, outros mexiam o pézinho, em tom de aprovação. 

Imaginem vocês que até o Danilinho que corria prá lá e prá cá, parou para ouvir a banda tocar. Só o Mateus que estava sentado no banco (ali perto do limoeiro em frente a casa do Dandinho) fechou o Gibi que estava lendo e foi embora pra casa. É que o Mateus não gostava de tumulto e som alto, por isso foi embora.

Sei que alguns vão até falar que eu pirei de vez e que estou inventando coisa que não existiu, mas isso foi o que eu vi e gostei. E, com essa visão, estou certo de que só aqueles que conseguem entender a diferença entre o que é história, estória, contos, fábulas, e crônicas; alcançarão o real objetivo deste texto, que é homenager o amigo Bruno.

Que pena que a banda parou e muitos aqui não tivram a oportunidade de conhecer um verdadeiro Show de Rock no Condomínio, proporcionado pelos Bruno e Diego.

Alguns devem estar se perguntando:  Ué! então temos aqui no Condomínio vários atores, cineasta, maestro, bailarina e agora músico e cantor de Rock and roll?

A resposta é: Não, temos muito mais que isso. Além da Banda de Rock do Bruno, tivemos também um Grupo de Dançarinos que era composto por Alessander, Herivelto, Cleibe e Cleber (e outros que não lembro o nome) que (embora hoje meio enferrujados) estiveram em cartaz, por longo tempo, dando seus shows na Disc Mel (adiscoteca do Bangu Atlético Clube) e, também, nas festas aqui da Comunidade e eu sei que, de vez em quando, eles ainda arriscam alguns passinhos.

Não se pode negar que a veia artística de Bruno e Diego foi herdada do avô Walter e dos tios dançarinos Cleibe e Cleber que transpiravam alegria e satisfação em participar dos eventos artísticos, inclusive como membros do Bloco Carnavalesco Beco do Omar, sob a batuta do maestro Caquinho.

Também, cá pra nós né, esses aí da turma do Sr. Walter têm origem lá na Ariol, a rua que leva o nome do festejado Mestre Donga, o autor de "Pelo Telefone", que foi o primeiro samba brasileiro. Como podem ver, eles não negam a origem artística que têm.

Agora que já sabem de tudo isso, vou revelar a vocês que essa foi a forma de eu  homenagear e parabenizar o Bruno, não só pelo vizinho, amigo, filho, marido e pai que ele é, mas também pelo seu aniversário, desejando-lhe muita Paz, saúde e prosperidade.

Parabéns Bruno! 
Tenha um Feliz aniversário!
Que Deus continue te abençoando!

Um grande abraço.

Sergio Nunes
em 14/07/23.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Enquanto o Pato ardia na brasa, o Menino chorava na praça.

Nota Importante! 
Esse relato retrata uma história real de fato ocorrido na Comunidade, mas, em respeito à possiveis opiniões de pessoas que possam não querer ver seus nomes aqui divulgados, me senti na obrigação de omitir os nomes dos personagens reais que fizeram parte da história. Caso eles queiram, posso citá-los.

Vamos aos fatos!

Após a despedida do querido Pé de Pano, eu precisava encontar um meio para afagar a tristeza da meninada e foi aí que, semelhante a um mágico, tirei um coelho - não, não; digo eu tirei foi um Patinho da Cartola.


Em verdade, eu comprei o Patinho numa loja e o abriguei num pequeno viveiro que fiz no canto do muro, ao lado do box do chuveirão, onde hoje é um pequeno jardim, próximo ao portão da garagem.

Era um Patinho Amarelinho lindo, quem o via podia até achar que era um irmãozinho daqueles  que foram passear além da montanha para brincar e, mesmo com a mãe fazendo Quá quá quá quá, nunca voltaram de lá.

Acertei em cheio. Meu Patinho, tal como o Pé de Pano do Adriano, também fez grande sucesso com a meninada que não arredava pé do meu portão, mas, por outro lado, já começava a me trazer problemas para entrar e sair com o carro da garagem, dado o número de crianças que ali ficava.

Numa conversa, me comprometi a colocar o Patinho na praça, todos os sábados, para que as crianças pudessem brincar e admirar a linda avezinha. Para isso, precisei fazer uma parceria com o Menino que era o mais entusiasmado com o Patinho e não deixava a criançada ficar puxando o Pato prá e prá cá.

A medida que o tempo foi passando, o Patinho foi crescendo e meus problemas aumentando. Gabriel sempre tirava o Pato do cercadindo para assustar Raquel e ele cagavam a garagem toda. Até que um dia Daniel levou uma surra porque saiu do futebol na praça, pisou na merda do Pato e  entrou em casa sujando tudo.

O Menino e outras crianças mantinham plantões no portão esperando eu aparecer para colocar o cercadinho e o Pato pra fora, a fim que eles pudessem bricar. Eu acho até que o Pato gostava deles.

O carinho deles para com a ave era tão grande que, mesmo já estando em ponto de abate, eu não conseguia aceitar a idéia de matá-la para comer.


O Pato cresceu tanto que alguns amigos viviam me perguntando quando é que eu ia botar o Pato prá rolo. Teve um até disse que tinha uma ótima receita de Pato com laranja, outro dizia que Pato bom era na brasa, mas retruquei e disse que não ia matar o Pato.

Meu problema só aumentava. Eu não tinha mais como manter aquele Pato gigante em minha casa e resolvi compartilhar isso com as crianças, tendo o Menino manifestado o interesse em ficar com o Pato. Ele me disse que ia pedir ao avô para fazer um um cercado maior e quando eu quisesse ver o Pato poderia ir até lá.

Expliquei a situação em casa. As crianças choraram mas entenderam e não houve oposição, prinipalmente porque sabiam que ninguém melhor que aquele Menino e suas irmãs poderia cuidar tão bem do Patinho que,
à essa altura, já era um grande Pato.

Contrariando os amigos que queriam comer meu Pato, não tive como negar o pedido do Menino que nomeei como Padrinho do Pato, antes, porém, comentei o assunto com o avô dele que me disse já saber a intenção do neto e que já estava preparando o cercado para abrigar o Pato.

Voltei em casa em compania do Menino e mais uma três crianças, desmontei o cercado, peguei o Pato e entreguei junto com a tela do cercado para as crianças. O Menino colocou o Pato no colo e partiu em disparada, antes que eu me arrependesse.

Naquele dia, não se via mais as crianças na praça, estavam todas ao redor do Pato na casa na casa do Menino. Só no dia seguinte foi que eu vi o Menino e as outras crianças passeando na praça com o Pato amarrado numa cordinha.

Duas semana depois, ao chegar na Praça para um papo com os amigos, achei um clima meio estranho com as crianças que estavam muio tristes lá ao pé da goiabeira da d. Raimunda. Quando me aproximei, vi o Menino chorando e perguntei o que houve. Pior resposta eu não podia receber:

O Menino soluçando, apontou lá pra casa dele e chorando disse: 

"Oha lá tio. Tá vendo aquela fumaça lá? Sim, eu disse. Pois é tio, estão assando o nosso Pato na churrasqueira pra comer bebendo cerveja".

Confesso que meus olhos lacrimejaram, mas segurei a onda e saí de perto das crianças com uma grande tristeza e fui para casa.


Quando cheguei do outro lado da praça, os amigos que estavam sentados no banco (e que já sabiam do que ocorrera com o Pato que eles tanto insistiam pra eu colocar na panela com suco de laranja ou na churrasqueira) começaram a me zoar, dizendo bem feito.

Fiquei chateado com os que comiam o Pato e com os amigos que me zoavam. Entrei em casa e logo depois passou a chateação. Não
guardei qualquer mágua de ninguém, só fiquei triste pelas crianças. Graças a Deus, meu coração não tem espaço para guardar mágoas ou recentimentos.

Agora, tanto tempo depois, uma dúvida ficou em mim e até hoje não consegui perguntar ao Menino se ele ainda gosta de Pato e, se gosta, como ele prefere o Pato no cercado ou no  prato? 

Será que esse texto vai chegar ao Menino e ele vai me responder aqui? 

Vamos aguardar!

por Sergio Nunes.
em 13/06/23.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

O dia que Adriano trouxe o Pé de Pano para passear no Condomínio ficou na história.

Certo dia, por volta das 7 da noite, Adriano me chamou no portão perguntando se ele podia deixar o seu Cavalinho ali na praça, porque o Ademar não queria deixar o bichinho dormir na garagem.

Meio perplexo, ainda sem saber do gosto que aquele menino Adriano já nutria por animais, imaginei que ele estivesse falando de um cavalinho de brinquedo, daqueles que muitos de nós tivemos quando criança.

Só após ouvir a algazarra da criançada na praça, resolvi sair pra ver o que estava acontecendo. Foi aí que me dei conta de que o tal bichinho que o mnino Adriano amarrara na praça não era bem o que eu havia pensado, pois era um Cavalo de verdade, muito bonito e que dei o nome de Pé de Pano.

Em meio à criançada animada em volta do Pé de Pano, percebi que alguns vizinhos que passavam e também os que estavam em seus portões olhavam com ar de reprovação ao verem um Cavalo no Condomínio, mas nem dei bola, apenas chamei o Adriano e disse a ele que eu só ia deixar o Pé de Pano passar a noite ali, depois ele ia ter de dar um jeito de levá-lo embora.

Meio entristecido, já com lágrimas nos olhos, o menino Adriano se aproximou de mim com a garotada em coro de: Deixa! Deixa! Deixa! e, contra argumentando disse-me:

"Poxa. Meu Cavalo é bonzinho, vai até ajudar o Sr Carlinho na limpeza da praça. Como o Sr pode ver, ele já até começou a trabahar, já comeu quase todo mato da praça que estava alto e amanhã a grama estará aparadinha".

Eu já até estava animado e tendente a ceder os insistente apelos dos meus filhos Daniel, Gabriel e Raquel, que junto aos amiguinhos Jonathas, Rafael, Herivelto, Dandinho, Dieguinho, Aline, Any, Patrícia, Daniela, Ruana e outras meninas que não sei se posso citar os nomes, integravam o coro do Deixa! Deixa! Deixa!, até que eu cedi.

Confesso que eu já estava gostando do Pé de Pano e não queria vê-lo ir embora, não era exatamente pelo trabalho de capina que ele nos fez economizar algum dinheiro do caixa, mas eu tinha um belo plano para ele, já que estávamos às vesperas do natal.

Meio confuso, ante os olhares de reprovação de alguns vizinhos, concordei que o Pé de Pano ia ficar, até que alguém viesse reclamar, o que não durou muito e a fofoca começou a rolar, foi então que um vizinho veio me pedir providências dizendo que era pra parar com o disse me disse.

No dia seguinte, antes de eu expor a situação ao Ademar que já sabia das críticas, Adriano veio a mim e falou que já tinha encontrado uma solução e que a alternativa era a de colocar o Pé de Pano lá no Terreno, onde ele passou um ótimo fim de semana se fartando daquele mato verdinho e recebendo o carinho das crianças, depois foi levado embora para um determinado sítio.

Adriano que era um menino calado, sempre na dele, passou a ser o ídolo da garotada e hoje em dia, tal como o Pai Ademar, todos se orgulham de tê-lo como amigo, não pelos momentos que nos proporciona em seu Sítio, mas pelo coração acolhedor que tem.

Anos depois, já adulto e com família constiuída, Adriano mudou-se para o Sítio onde vive e, para alegria de todos, anualmente, junto à esposa Renata, vem franqueando o local para os Encontros de Confraternização dos Amigos do Condomínio, inclusive alguns daqueles que reclamavam da presença do Pé de Pano no Condomínio.

Muitos não sabem e outros não devem lembrar, mas o Pé de Pano foi um dos primeiros colaboradores, mais eficientes dessa Comunidade, em apenas uma noite, ele aparou a grama da praça e baixou o capinzal lá do terreno fudo em troca de sua alimentação que era à base de capim com água servida pela garotada.

Portanto, na próxima vez que algum de vocês forem em um Evento no Sítio do Adriano e ver um lindo Cavalo, não equeçam de reverenciá-lo, pois estará agradecendo e homenageando o nosso querido Pé de Pano que acredito ainda mora por lá.

Eu mesmo, da última vez que estive lá no Sítio do Adriano, com a família, numa das últimas confraternizações, passeando com meus netos Enzo e Miguel, me aproximei de um dos Cavalos e contei para eles a história do Pé de Pano. Eles adoraram.

Se você não tiver uma história para contar aos seus filhos e netos, não perca essa oportunidade. Se for preciso, invente uma estória baseada na história do Pé de Pano. Estou certo de que eles vão gostar muio e, quem sabe, vão até falar:

Volta Pé de Pano! Volta Pé de Pano! Volta!

por Sergio Nunes
em 12/06/23








segunda-feira, 10 de julho de 2023

A grande jogada de Mestre que estamos esperando. Será que vai acontecer?

O tempo está passando e corremos o risco de perder a grande oportunidade de ver a atual equipe nos brindar com uma verdadeira jogada de mestre.

As cartas já foram distribuídas, as pedras já estão no tabuleiro, os expectadores aguardam pacientemente que os jogadores movam as peças, mas nada acontece e corremos o risco de perder a oportunidade de vencer a batalha por falta de decisão.

O momento não é de aguardar um possível segredo que acredito possa estar por ser revelado, mas está custando muito. Falta de alerta não foi, também não é por falta de confiança dos que estão no comando e que já deram mostras de que são capazes.

O que talvez esteja faltando seja colocar a vaidade de lado e promover descentralização do Poder que (s.m.j.) parece estar enfeixado nas mãos de apenas uma única pessoa que (assoberbada de compromissos pessoais e profissionais) talvez não se lembre de que os demais membros de sua equipe estão ávidos a participar do jogo, pelo menos é o que demonstram.

Deixar de nos surpreender com uma simples  decisão que venha a nos colocar na história, pode custar um futuro sombrio à gestão que tanto confiamos e que já demonstrou estar capacitada para nos brindar com o tão belo e esperado xeque mate. O que não esperamos é que nos seja apresentado um desfecho nos moldes daquele praticado pelos que nutrem o chamado complexo do pombo enxadrista.

A hora é essa e não podemos ficar a reboque de indecisão que, há três meses, já começou a preocupar grande parte da Comunidade, basta ver o péssimo comportamento da diminuta arrecadação das cotas mensais cujo valor futuro necessita ser definido.

Já noticiamos a vertiginosa diminuição na arrecadação da Cota Condominial do mês de Maio/23 que até o dia 10/06/23 foi em torno de 27 cotas. Recentemente, este Blog alertou sobre os possíveis motivos do quadro que estava se desenhando. Agora, em 10/07/23, a história se repetiu, pois os comprovantes postados no Grupo Oficial, até 17.40'Hs, nos dá conta de que só se arrecadou em torno de 16 Cotas do mês de junho/23, talvez a menor arrecadação de todos os tempos.

Embora nestes dias, para alguns poucos, a experiência possa não valer nada, o Projeto CRIAr tem uma Receita Infalível e de Baixo Custo que acredita possa colaborar com a atual gestão, inclusive na diminuição do valor de cota condominial (ante a diminuição das despesas) e o consequente aumento na arrecadação, quiçá com a colaboração de todos os 52 Condôminos.

Afinal, não podemos nos esquecer que o tão alardiado objetivo que é a agregação de todos os membros da nossa Comunidade não pode deixar de ser perseguido.

Havendo interesse em conhecer os detalhes e as sugestões do Projeto CRIAr para que se possa dar o grande Golpe de Mestre (caso outra idéia melhor da atual gestão já não esteja na incubadora), qualquer dos interessados poderá se manifestar com seu Comentário público ou enviar sua mensagem sigilosa no Fale Conosco que teremos o prazer em prestar os esclarecimentos.

É dessa forma que o Projeto CRIAr poderá dar cumprimento à sua principal missão que é colaborar com a Comunidade.

Admin do blog.
em 10/07/23.

O Porteiro da noite foi preso. Precisamos da sua ajuda.

Isso foi o que me disse o amigo Omar, num deteminado dia de julho de 1984.


Após uma longa jornada entre o trabalho, a faculdade e o cansativo trajeto da Av. Brasil até o Condomínio, ao chegar em casa, por volta da meia noite, encontrei o amigo Omar acompanhado de uma moça com uma criança no colo, sentados em frente ao meu portão, me aguardando.

Omar, todos conheceram (é aquele que montou a maior árvore de natal nesta Comunidade e que já falamos aqui). A moça e a criança eram a esposa e o filho de 5 dias  do nosso Porteiro Jorge que era filho de um ex morador da Rua Samuel Adler, casa onde, atualmente, mora o Ronaldo.

Perguntado sobre o que acontecera, Omar me falou que o Jorge, após ser substituído na portaria pelo Sr. Carlinho, às 6 da manhã, a caminho de casa, passou na padaria comprou o pão e, ao chegar no portão de casa (lá pros lados da água branca), dois policiais o prenderam e o colocaram na caçapa do camburão que partiu em retirada, não lhe dando  nem tempo de avisar a esposa que só veio saber da prisão pela vizinha.

Após diligenciar junto às delegacias da área, somente às 20 horas foi que a esposa veio saber que o Jorge estava preso na DV-Oeste, um Posto Policial do Bairro Jabour. Foi então que a mulher compareceu ao Condomínio para avisar e pedir ajuda ao Omar (que era o Síndico na época) e para arranjar um advogado pra tirar o Jorge da prisão.

Mesmo sem ser advogado, mas sim quinto anista de direiro, não tive como deixar de atender ao pedido do amigo, já que era uma boa oportunidade de usar minha Carteira de Estagiário da OAB/RJ. Só exigi que o Omar arranjasse um carro para nos levar e sugeri fossemos à casa do vizinho (pai do Jorge) para que ele nos levasse à Delegacia, no que não logramos êxito.

O pai do Jorge nos informou que àquela hora da noite não ia tirar o automóvel da garagem porque o filho não merecia tal esforço, tendo em vista que há alguns anos passados o Jorge havia saído com o carro dele, sem autorização e batera num poste, voltando com o carro todo amassado e nada pagou pelo prejuízo.

Cientes, não nos restou outra alternativa que não fosse arranjar outro carro. Foi então que Omar foi em casa e voltou com um carro para nos levor à DV-Oeste no bairro Jabour.

Ao chegarmos na Delegacia, dirigi-me ao balcão de atendimento e fui logo interpelado por um Senhor bêbado que estava deitado num banco logo na entrada e que se dirigiu a mim com as seguintes paravras: 

"O Dr. vai ter que bater ai no balcão porque o polícia foi lá pra dentro dormir".

Foi exatamente isso que eu fiz e, após alguns minutos, apareceu o policial e me perguntou o que eu queria aquela hora da noite.

Me identifiquei como advogado (mesmo ainda não sendo) e falei que queria ver um preso de nome Jorge Ramos de Souza e a resposta foi que não tinha nenhum preso com aquele nome no local. Neste momento, o bêbado levantou-se do banco e falou para o Policial: 

"Esse preso que o Dr. está falando é aquele chorão que tu colocou lá na cela onde eu estava dormindo em paz, você me tirou de lá e colou esse tal de Jorge".

Em seguida, aproveitei a deixa e perguntei ao policial sobre qual foi o motivo da prisão do Jorge e a resposta que recebi foi que ele entrou pelo artigo 163 (do Código Penal), foi aí que me deu logo um pânico, pois eu não tinha a mínima idéia do que era o artigo 163, mas, mesmo assim, não perdi a linha. Demonstrei ao policial estar admirado com uma prisão com base no 163 (como se eu soubesse o que era) e falei: O Sr. tem certeza que é mesmo o artigo 163 do Código Penal? Sim, disse o policial.

Nesse mesmo intante, Omar me peguntava: Que artigo é esse Dr.? O que quer dizer esse artigo? Eu, já aperriado, cutucava e pisava no pé do Omar pra ele ficar quieto e ele soltou logo um: "Porra Sergio, fale logo que tal de artigo 163 é esse. Diz logo se o Jorge é um bandido ou não é".

Calado, enquanto me refazia daquilo que achava fosse um grande vexame (por não saber o que era o crime do artigo 163), senti quando o bêbado bateu no meu ombro, se apoiou no Omar ao meu lado e disse: 

"Aí Dr. eu que tô sempre aqui nessa delegacia, nunca vi ninguém ser preso por Dano ao Patrimônio Público".

Ah... que alívio senti, não só por saber que o motivo da prisão era por um crime de menor potencial ofensivo, mas também pela verdadeira aula de direito penal que recebi daquele bêbado, por sinal muito parecido com aquele da Hilda Hilst (só que esse bêbado verbalizava o que sentia). 

Sem dar a entender ao Omar e ao Policial que eu estava boiando no assunto, continuei a questionar o policial se o motivo da prisão era aquele mesmo e repeti o que o bêbado falara (nunca vi ninguém ser preso pelo 163), tendo o agente policial confirmado e me sugerido o seguinte:

"Dr. Considerando que o crime ocorreu há mais de 5 anos, o Senhor pode pedir ao Juiz que o coloque em liberdade, porque esse crime está prescrito", inclusive, o Sr. pode alegar que ele ficou das 7 até às 20 horas dentro do camburão que rodava pelas diversas localidades da região e só se alimentara com o pão que havia comprado para o café da manhã".

Munido dessas informações, pedi ao Policial para me arranjar uma folha de papel e deixar eu usar quela Remingthon toda empueirada para datilografar uma Procuração, no que fui prontamente atendido. Em seguida, pedi também para retirar o preso, a fim de que eu pudesse entrevistá-lo e colher sua assinatura na Procuração, no que não fui atendido dado o tardar da hora para abrir a Cela, mas fui autorizado e entrar na carceragem para fazer meu trabalho à porta da Cela, em meio aos diversos detentos que lá estavam.

Quando me aproximei da Cela, o Jorge veio até a grade, tremendo como uma vara verde, chorando como uma criança e tentando saber o motivo de sua prisão, (ele nem se lembrou de me perguntar como estavam a mulher e o filho de 5 dias). Após uma rápida conversa, o Jorge assinou a procuração e nos despedimos com a promessa de que eu retornaria na parte da tarde, logo após tentar um alvará de soltura  com o Juíz.

Ao amanhecer, preparei um "Habes Corpus", fui ao Fórum de Bangu para despachar com o Juiz e saí de lá radiante de alegria pelo sucesso da minha primeira causa criminal, como Estagiário. Tudo isso graças ao Omar que depois passou a me indicar várias outras causas. Daí a minha eterna gratidão a esse ilustre e festejado amigo.

Radiante com o sucesso, não me dei conta de que o Alvará de Soltura do Jorge deveria ser sarqueado (procedimento burocrático) e sem isso não era garantida a liberdade naquele mesmo dia, mas como eu que já havia faltado ao trabalho, fiquei empolgado e, no dia seguinte, com tudo já tudo resolvido retornei à DV-Oeste para liberar o preso, mas só depois é que fui saber que o motivo pelo qual o pai do Jorge se recusou a nos levar à delegacia foi que o carro envolvido no acidente era o dele (pai) que o Jorge pegou sem autorização.

Resumidamente, o caso foi o seguinte:

"O Jorge saiu com o carro do pai, colidiu  contra um poste da Light na Av. Ministro Ary Franco, foi parar na 34a. DP, assumiu a culpa e foi liberado com o compromisso de comparecer em Juízo quando fosse intimado. Meses após, o Jorge precisou entregar a Casa onde morava para o locador fazer uma obra que durou quase um ano. Nesse periodo, enquanto morava em outra casa, o Jorge foi intimado no endereço onde morava e não compareceu na Delegacia e nem em Juízo, indo o Inquérito para o Promotor que apresentou a denúncia com base no artigo 163 do Código Penal, sendo julgado à revelia, por não comparecer à audiência, no que resultou na expedição do Mandado de sua Prisão que foi encaminhado à Delegacia para capturá-lo no endereço onde morava. Após várias diligências, a polícia não conseguiu encontrá-lo, pois a casa onde ele morava estava vazia e em obras. Passado um ano, teminada a obra, o Jorge voltou a morar na citada casa e nem mais se lembrava ou sabia da existência do Mandado de Prisão pelo crime de Dano ao Patrimônio Púbico que é previsto no art.163 do Código Penal, sendo esse o motivo da sua prisão".

Depois disso tudo, fui surpreendido com a visita do Jorge que bateu no meu Portão e me ofereceu para comprar umas bugingangas que ele estava vendendo. Me ofereceu um Kichute que na loja eu poderia comprar por 50 e ele me venderia pelo equivalente hoje a 100 reais, o que achei absurdo, mas essa foi a forma dele me agradecer. Ao comentar o fato com o Omar, na semana seguinte o Jorge foi demitido.

Só quem coleciona casos iguais a esse, aqui na Comunidade,  percebe que muitos, ou não se lembram ou fingem não lembrar de ser grato pelos benefícios que já recebeu, principalmente de quem, verdadeiramente, se sente grato por ter conseguido entender o que Machado de Assis  (considerado o maior nome da literatura brasileira) quiz dizer quando cunhou essa bela frase:

"A gratidão de quem recebe um benefício é sempre menor que o prazer daquele de quem o faz".

Sergio Nunes
em 10/06/23.