domingo, 9 de julho de 2023

Imagine a situção de um bêbado olhando e compreendendo tudo sem poder verbalizar.

Se eu pudesse responder à renomada poetiza Hilda Hilst, sobre o que está acontecendo, eu diria: 

Sim, me sinto como um bêbado na sarjeta olhando tudo isso acontecer, mas não consigo verbalizar o que sinto.

Sei que a bebedeira vai passar, mas enquanto isso, vou aguardar e confesso que não vou parar de pensar, até a ressaca chegar, para depois me manifestar.

É assim que me sinto e acredito não estar só, muito embora possam me atribuir injusta e desrespeitosamente adjetivos que não se coadunam à realidade. Tenho certeza de que muita gente deve estar compartilhando das minhas preocupações, vendo as coisas acontecerem e achando que nada podem fazer.

Estamos vendo o que conquistamos, à duras penas, cada vez mais distante só para satisfazer vontades pessoais que muitos acreditam estarem vinculadas aos nossos verdadeiros interesses.

Desavisados de plantão buscam, diuturnamente, blindar aqueles que poderiam dar continuidade às nossas conquistas, mas, infelizmente, não conseguem enxergar o que já está vindo pela frente, mas não nos parecem estarem preocupados com os reais interesses da maioria.

A medida que a maldita bebedeira vai passando e nos deixando de ressaca, vamos começando a abrir os olhos  e enxergando o que, de fato, está acontecendo e, se nada for feito, podemos ser surpreendidos com atitudes inesperadas de quem muitos depositaram grande confiança em alinhar o nosso rumo aos verdadeiros objetivos.

Embora sabendo que é da natureza humana buscar sempre os culpados para qualquer fraquesa, não podemos desistir dos nossos propósitos. O que mais precisamos nessas horas é não desanimar, embora as novidades que possam estar se avizinhando venha desestimular alguns e, até mesmo, alegrar a outros poucos, o que é lamentável.

Por mais que venhamos nos desiludir com essa ou aquela decisão, não podemos desistir de manter o sonho que acreditamos já ter sido alcançado. Seguir em frente é imperativo inegociável e não podemos nos calar.

Não se está aqui predizendo o que realmente vai acontecer, e, por isso, ninguém está autorizado a atribuir, a esse texto, qualquer  interpretação que me coloque no centro de um possível descontentamento que já está batendo à nossa porta. Precisamos olhar ao nosso redor, ver e  compreender do que aqui está se falando.

Uma coisa é certa. Todos já estão cientes do que está ocorrendo e, por isso, não poderão alegar que foram pegos de surpresa. O ideal mesmo é que nada de mal nos aconteça, mas, pelo andar a carruagem, teremos surpresas sim, e espero que seja uma boa surpresa e não a que nos parece.

Aliás, esperamos que o que estiver por vir dê certo. Do contrário, ainda há tempo de revertermos a situação caso não nos agrade, basta que coloquemos as vaidades de lado e estejamos atentos aos nossos verdadeiros objetivos.

Mesmo aqueles que se dizem não estarem preocupados com o que estamos noticiando, mas que aparentemente já se deram conta de que há um fundo de verdade no que falamos, é importante que prestem bem atenção no que está a caminho.

Seja qual for a interpretação que você venha dar a esse texto, lembre-se da filosofia hermética que nos alerta para o fato de que "Os lábios da sabesoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento".

Sergio Nunes
em 05/06/23.

Um comentário:

  1. O SENHOR TEM RAZÃO EU AS VESES ME SINTO ASSIM MAIS EU DEPENDO DE FILHO E NAO POSSO FALAR NADA.

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