domingo, 18 de junho de 2023

Racismo no Condomínio? Fala sério! Sabemos que não é intencional, mas infelizmente existe sim.

Aproveitando o momento em que muito se fala no lamentável episódio sofrido pelo jogador Vinicius Junior e, também, por outros cidadãos, achei oportuno abordar esse tema a partir dos novos contornos que vem se verificando ao logo do tempo.

Todos precisam estar atentos para o fato de que, na atualidade, o racismo não se resume somente às referências relacionadas à raça humana em função da cor da pele, se branca, preta ou amarela.

O conceito de racismo, a cada dia, vem aumentando e abarcando muitos dos casos de preconceito e discriminação não só em relação à cor da pela das pessoas, mas também em ralação a grupos de pessoas de uma mesma Comunidade.

O preconceito por ser traduzido como uma opinião feita de forma pejorativa, mesmo que superficial a uma pessoa ou a determinado grupo. E isso já vimos aqui, não é verdade?

A discriminação é um tratamento injusto ou negativo de pessoas de um determinado grupo a outras pessoas de um outro grupo diferente. Isso, a meu ver, está ocorrendo no momento e acredito que não é intencional, e é o que vou mostrar aqui.

Pois bem.

Afastados os casos das bricadeiras e zoações entre amigos e que já vêm sendo evitadas pelos que, mesmo de forma carinhosa, tratam alguns amigos de branco azedo, negão, neguinho,  etc...,  o que nos interessa aqui são os casos de que vem sendo constatados entre pessoas integrantes de dois grupos da mesma Comunidade.

Vejamos o caso aqui do nosso Condomínio.

Recentemente, numa iniciativa inovadora e merecedora de elogios, a atual gestão (22/23) autorizou que uma empresa implantasse um moderno Sistema de Automação com instalação de Câmeras no Condomínio mediante contratos de adesão firmado diretamente entre a empresa e os moradores que aderiram ao serviço.

Então, até aqui, temos a seguinte situação:

1. Um Grupo de Pessoas que "aderiu ao contrato", mediante o pagamento da taxa de adesão e manutenção do sistema, que foi privilegiado com acesso às Câmeras de Segurança, Controle Remoto e Tags e com direito de abrir e fechar o portão para seus visitantes e entregadores, por telefone, de casa ou de onde quer que esteja. 

Esse grupo é composto de 46 pessoas, segundo informações da empresa Segfor em 17/05/23. Salvo melhor juízo, até o dia 14/06/23, verifica-se que, apenas, 27 pessoas efetuaram o pagamento da Cota Condominial vencida no dia 10/06/23.

2. Outro Grupo de Pessoas que "não aderiu ao contrato" e que não têm acessso às Câmeras de Segurança e tiveram que comprar da empresa o Controle Remoto e os Tags para acessarrem suas residências. Estas pessoas  terão de se deslocarem até a portaria para abrir e fechar os portões para entrada e saída dos visitantes, entregadores e etc...

É importante salientar que dentre as pessoas que se enquadram no 2° Grupo, existem moradores que são proprietários de imóveis no Condomínio , que não aderiram ao contrato com a empresa, que pogou a cota condoinial e, a meu ver, estão sendo discriminados; ora por terem acreditado que a contratação deveria der feita diretamente pelo Condomínio; ora por não terem tido acesso às pautas das reuniões que autoriaram a contratação; ora por não terem tido respondidas suas dúvidas quanto ao acesso dos serviços públicos de limpeza, correios, entregadores, táxis, uber, etc... e também se haveria algum trabalhador de plantão e redução do valor da cota condominial.

Enfim, se a discriminação tem como resultado o racismo, há de se concluir que os moradores do segundo grupo que não aderiram ao contrato da empresa e que estão tendo tratamento diferenciado, realmente estão sendo sofrendo discriminação e, consequentemente,  racismo, mesmo que não seja essa a intenção dos praticantes desse odioso ato.

Volto a repetir que o objetivo aqui é trazer à reflexão esse tema que considero de grande impotância na atualidade.

por Sergio Nunes, em 18/06/23.





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