sábado, 17 de junho de 2023

O Sepultamento do Pingo foi o primeiro "fakenews" do Condomínio.

Um lindo Pinscher da raça alemã. Tal como o seu dono, ele era um bom amigo. Cãozinho astuto, extrovertido, e brincalhão. 

Esse era o Pingo, o pet do nosso amigo João que, enquanto entrou em casa para pegar a picanha para o churrasco que já estava marcado, numa bobeira, deixou o portão aberto e o petzinho saiu em disparada, rumo à portaria do Condomínio e de lá para local incerto e não sabido.

Consternados com a tristeza do amigo João, saímos em diligência à busca do Pingo e deixamos os apetrechos do churrasco sobre a mesinha da praça e nem nos demos conta e nem nos preocupamos  com o que poderia acontecer.

Procuramos na Engenho, na Taquaral, na Ame e nas Comunidades do Grillo (Morette e Ubaldo) e nada de encontrar o Pingo que, desapareceu para sempre do nosso convívio, sem deixar rastro.

Inconcormado com o sumiço do Pingo e ciente do rumo incerto e não sabido, João, meio revoltado, resolveu distribuir a carne, a linguiça, e as asinhas para os cachorros e os gatos que sempre rodeavam nossos churrascos na Praça. Foi uma alegria geral para pets e mais uma grande  tristeza para nós. 

O churrado babou!

Disolados, sem o Pingo e sem o churrasco, começamos a conjecturar sobre o que fazer, enquanto bebíamos a Skol que já estava fora do gelo e quente, até que o Odilon disse que  teve uma idéia para, pelo menos, minimizar o sofrimento do João, mas não revelou a ninguém.

No dia seguinte, sentados na praça, como se ainda estivéssemos velando, não lembro bem se o Pingo ou o Churrasco, Odilon apareceu e disse que acabara de passar ali na Água Branca e viu um cadáver de um bichinho parecido com o Pingo caído no canto da rua e ia voltar para pegá-lo, a fim de que o João pudesse dar um sepultamento digno ao seu pet.

Odilon entrou em casa, pegou uma sacola do mercado Casa da Banha, entrou no carro e rumou para a Água Branca para pegar o corpo. 

Ao retornar com o bicho, Odilon preparou o corpo, caprichou no tratamento fúnebre (com roupinha e tudo) e entregamos o de cujus para o João sepultá-lo com toda a pompa que Pingo merecia.

Em comemoração ao aparecimento do Pingo, preparamos o esperado Churrasco e numa conversa e outra, enquanto bebericávamos aquela Skol, agora geladinha, Odilon deixou escapar que, em verdade, aquele defunto que sepultamos não era o Pingo, mas sim uma "Ratazana" que ele encontrou na rua.

De lá prá cá, não sei se ainda existe algum ressentimento, mas considerando que a raça Pinscher tem uma expectativa de vida que vai de 12 a 16 anos, à essa altura, passados mais de 20 anos, dificilmente Pingo aparecerá e o nosso amigo, certamente já perdoou o Odilon, pela segunda vez.

Ué! Segunda vez? Então já houve outra treta entre os dois? - Sim, mas só conto depois.


Nenhum comentário:

Postar um comentário